O CARAMANCHÃO DE CEDOFEITA
Vera Dantas escreveu que “a lenda que o rei suevo Teodomiro (Theodomir, em latim), em desespero para salvar o seu filho da doença, terá feito uma promessa a São Martinho de Tours, enviando embaixadores com ouro e prata em peso igual ao do seu filho. No regresso, um bispo de Braga trouxe uma relíquia do santo francês que, quando mostrada ao filho do rei, o curou. Como agradecimento, Teodomiro terá convertido todo o povo suevo ao catolicismo e mandado construir uma nova igreja em honra do santo, no ano de 559.”
Sucede que, no Largo do Priorado, está a a dita igreja, dedicada a S.Martinho, ao estilo Românico, que é Património Nacional, e foi construída em 1087.
Fica atestada a antiguidade do lugar e desta igreja, anterior à fundação de Portugal.
Não sei quando mandaram construir à sua frente, a uma vintena de metros, um caramanchão em granito, coisa certamente antiga, que Vera Dantas refere de passagem, como um "frondoso caramanchão coberto de glicínias que perfumam o ar" e de que se vê na fotografia, em contra-luz, uma das colunas e, de facto, folhagem verdejante.
Das vezes que por lá passei, e foram algumas, olhando não apenas o caramanchão, mas o enorme tronco que, como uma gibóia, se estende por toda a parte superior, dei comigo a pensar quão antiga deveria ser a planta que por aí trepou, porque entretanto se transformou em madeira, troncos grossos e fortes onde deveria haver uma qualquer trepadeira para cobrir o lugar do sol.
Curiosidades de um lugar histórico, dos muitos que povoam a velha e mui nobre Cidade do Porto.
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